Há alguns anos, um primo distante resolveu caçar junto com amigos como era costume, já faz algum tempo. Foram para uma mata longe de onde moravam. Não imaginavam o que ocorreria naquele dia.
Estavam caçando há poucas horas quando apareceram diversos saguis. Ele mirou, atirou e acertou o alvo. O bichinho despencou do galho em que estava, fazendo um grunido, parecendo escorrer lágrimas dos seus olhos e pondo as patinhas em cima do local atingido.
Todos os outros saltaram em seu socorro. Foram buscar uma erva, mastigavam e colocavam em cima do ferimento do amigo. Enquanto faziam isso meu primo observava-os e sabia que a tentativa de socorro era em vão, não era um ferimento qualquer. O animalzinho havia sido baleado e estava preste a morrer. Os saguis pranteavam a perda. Meu primo era o causador de todo aquele sofrimento. O remorso tomou conta dele. O arrependimento foi imediato. No entanto não podia fazer nada, apenas sofrer também.
Naquele momento tomou uma decisão. Pararia ali o esporte de caça. A vida, seja ela qual for, é muito importante para ser ceifada de forma tão cruel. A visão do animal agonizante, em seus últimos suspiros, ensinou-lhe esta grande lição.
Muitos animais podem servir de alimento dos seres humanos, mas apenas alguns deles. Não devemos tirar-lhes a vida por simples diversão. Eles têm todo o direito de viver neste mundo, e não cabe à nós eliminá-los. Além disso, estaríamos causando um desequilíbrio na natureza, pois cada ser vivo, seja na fauna - seja na flora tem sua função específica a ser desempenhada.